Dr. Claudio M. Martins

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Descubra se você é viciado em trabalho



Eles são esforçados, exigentes e detalhistas, mas não sabem a hora de parar. Depois do expediente, os "workaholics" - termo inglês que designa pessoas viciadas em trabalho - ainda levam serviço para casa. Pela manhã, mal acordam e já estão no celular resolvendo problemas da empresa. Não por acaso, são os mais propensos a sofrer de doenças físicas e psicológicas, como estresse, depressão e infarto. Mas, médicos já sinalizam para o surgimento de um novo tipo de profissional, mais saudável e menos ansioso: o "worklover".
O termo foi cunhado pelo Laboratório de Psicologia do Trabalho da Universidade de Brasília (UnB). Segundo a psicóloga Ione Vasquez-Menezes, os "worklovers", ao contrário dos "workaholics", trabalham para viver e não vivem para trabalhar. "Os "worklovers" trabalham muito porque amam o que fazem. Mesmo assim, por mais apaixonante que seja, o amor pode se transformar em vício", alerta Ione.

Uma recente pesquisa da UnB entrevistou cerca de 200 mil professores da rede pública. Apesar de trabalhar em péssimas condições e de receber salários aquém do desejado, 86% deles declararam amor à profissão. "Profissões que estimulam a criatividade, como professores, cientistas e jornalistas, estão entre as que mais produzem "worklovers". Para eles, o trabalho em si já é a maior recompensa. Se você ganha bem pelo que faz, melhor ainda", pondera Ione.

Mas não é todo trabalhador que sabe administrar a vida profissional. Há quem trabalhe muito por puro escapismo. Em vez de enfrentar problemas pessoais - sejam eles afetivos, sexuais ou familiares -, tentam sublimá-los com uma jornada estafante de trabalho. "Os "workaholics" gostam de se sentir desafiados e, por isso, assumem metas irrealistas, que jamais poderão cumprir. Na maioria das vezes, perdem a noção do limite", afirma Lys Esther Rocha, da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT).

A empresária Solange Ramos, 29 anos, é uma autêntica "workaholic". Todos os dias, trabalha uma média de 14 horas ininterruptas. O que já era ruim ficou ainda pior quando comprou um laptop. "Passei a fazer hora extra em casa", brinca.

A compulsão por trabalho já atrapalhou, e muito, a vida de Solange. O primeiro marido sonhava com um filho, mas ela só pensava em trabalho. Hoje, em seu segundo casamento, Solange tem um filho, Alexandre, 2 anos. "Há dias que quase não o vejo. Para matar a saudade, coloquei uma foto dele no meu protetor de tela", confessa ela, que faz terapia e usa homeopatia para controlar a compulsão. "Quando tive o Alexandre, dei à luz domingo e, quarta-feira, já voltei ao trabalho. Só não levei o laptop para a maternidade porque não deixaram".

"Workaholics" conquistam melhor qualidade de vida
Até pouco tempo atrás, o engenheiro Roberto Barbosa de Araújo Góis, 42 anos, só sabia pensar em metas, prazos e reuniões. Abrir uma brecha em sua atribulada agenda de gerente de uma empresa de telecomunicações para dar umas braçadas na piscina do condomínio onde mora estava fora de cogitação. Hoje, porém, chova ou faça sol, Roberto pratica natação pelo menos três vezes na semana e ainda se dá ao luxo de degustar uma boa taça de vinho com a mulher durante a semana.

"Eu vivia indisposto, sem motivação e com o estresse lá em cima. À noite, quase não dormia. E, quando conseguia pegar no sono, acordava no meio da madrugada. Quando chegava em casa, descontava a raiva em quem não tinha nada a ver com aquilo", recorda.

A exemplo de Roberto, o administrador de empresas José Carlos Gabriel, 50 anos, também trabalhava além do normal. "Não chegava em casa antes das 23h", conta. E, quando chegava, em vez de se refestelar na cama para uma revigorante noite de sono, varava a madrugada na frente do computador.

"Na maioria das vezes, você não tem consciência de que está trabalhando muito. Os amigos falam, mas você não dá ouvidos. Cheguei a sofrer de pressão alta, dores no corpo e reações alérgicas na pele. Hoje em dia, embora trabalhe menos, o meu rendimento é maior", afirma José Carlos.

Uma cura para o mal
A compulsão por trabalho tem tratamento. Ou melhor, cura. É o que garante Sandro Pereira, do Instituto de Neurolingüística Aplicada (INAp). Ele é uma espécie de "coach" de executivos que querem aprender a eqüacionar sucesso profissional com satisfação pessoal. Segundo Sérgio, ninguém precisa trabalhar após o expediente ou levar serviço para casa para ser considerado um bom profissional.

"Quando você pergunta a um "workaholic" o que almoçou há duas horas, é capaz de não lembrar. Na hora do almoço, ele estava preocupado em planejar a reunião das 16h ou a palestra das 18h. O mal do "workaholic" é que ele vive em função do amanhã e quase não aproveita o dia de hoje", afirma Sandro.

Data: 14/09/2009 - 18:21
Fonte:: Dia


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